quarta-feira, 21 de maio de 2014

O instante...

No Daoismo, uma das práticas diárias é viver o presente, o momento, o instante!

Este é já um desafio enorme, ainda mais no mundo em que vivemos. 

É importante permanecermos focados no presente por diversas razões, algumas mais fáceis de encontrar que outras...

Quando nos focamos no presente, estamos concentrados, centrados e por isso, atentos ao que se está a passar. Com isso tiramos um melhor aproveitamento da experiência que estamos a viver.

Ao fazê-lo a nossa mente não vagueia em pensamentos disformes, preocupações malignas ou deveres futuros. Nesse momento a mente está ocupada com a realidade, o instante.

Ao estarmos focados, a nossa mente não é assolada pelas nossas memórias e experiências qe formulam conceitos e preconceitos, que tendem a influenciar o nosso comportamento. Desta forma a experiência que vivemos torna-se, verdadeiramente única e irrepetível.

Se fizermos uma análise mais interna e energética, viver o presente provoca a concentração da energia do corpo, invertendo o seu sentido centrífugo para um sentido centrípeto. Desta forma a energia não se perde, mantém-se e armazena-se. Este acontecimento, provoca no nosso corpo muitas alterações sensoriais, mentais e espirituais. A concentração continua da energia, enche os reservatórios de energia, acabando por derramar para os. Seus canais, órgãos e tecidos. Com iso desenvolve-se a saúde e, muito importante, a consciência.

Viver o presente implica por isso, entender o conceito de realidade e ilusão segundo o Daoismo, é importante relativisar a importância apresentada pelos nossos sentidos e de acordar outras formas de percepção existentes no nosso corpo. 

Os nossos sentidos projectam a energia para fora, pois através deles, a nossa tenção coloca-se fora do nosso corpo. Aí começa a ilusão, quando passamos a vivênciar no exterior ao invés de nos explorarmos a nós mesmos. Deixamos de nos sentir, de nos compreender e de nos conhecer. 

Creio que no ocidente a maioria vive fora de casa, do seu corpo. Temos uma vida cheia de preocupações ( externas) e vivemos ansiosos em querer resolver as situações ( muitas delas inexistentes, futuras). É imperial revertermos o processo.

Mas como?

Como será possível, no mundo contemporâneo, viver unicamente o presente, sem ter em conta a pressão do trabalho, as obrigações financeiras e o bem-estar familiar?

Creio que no íntimo de cada um de nós, reside a resposta. Mas para isso precisamos percorrer o caminho centrípeto, de nos concentrarmos e procurarmos, até que todas as dúvidas se esclareçam.

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