sábado, 10 de outubro de 2015

Parcialidade, procurando a sua raíz

A parcialidade manifesta-se quando diferenciamos uma acção e, circunstâncias idênticas. Quando há coisas que são boas, quando são para os outros, mas quando é para nós, a história é outra.. Quando por exemplo um médico receita algo ao seu paciente, mas quando ele tem a mesma doença, decide não tomar nada. Quando nós dizemos a um conhecido que deve ter uma determinada atitude em relação a algo, mas se nos suceder a mesma coisa a nossa atitude será diferente… Creio que, em última análise, a parcialidade combate a moral…

 

Estou convencido que a parcialidade nasce com o nosso ego, e é impossível dissociarmo-la dele. É mais uma das facetas do ego. Apenas reconhecendo-o e diluindo-o, num plano profundo em que não existe diferenciação, poderemos ultrapassar esta feia característica do ser humano.

 

Creio que a parcialidade perverte o que de melhor tem o ser humano. Esta sobrevive à custa do medo e da vergonha (embora a parcialidade não se possa equiparar à mentira, ela leva-nos para um estado de isolamento com o exterior pois acaba por criar um mundo que apenas nós reconhecemos), corrói a moral e os nossos princípios.

 

Acredito que apenas vivendo de acordo com princípios morais fortes, podemos viver toda uma vida livre dos fantasmas da depressão, infelicidade ou ansiedade. Apenas assim podemos viver tranquilos o suficiente para disfrutar da vida.

 

Até certo ponto a parcialidade vai-nos protegendo do que nos é desagradável, desvirtuando o que nos é óbvio.  O problema é que à medida em que a vida avança, a confusão instala-se o processo passa a ser inconsciente, incontrolável. Mais tarde nós próprios já não conseguimos definir o que é “real” do que o que não é. Tornámo-nos tão “únicos” no que diz à percepção da realidade que a interacção é-nos difícil…

 

Para romper com a parcialidade temos de atacar o ego. Temos de combater o medo e deixarmo-nos invadir pela humildade.

Aceitar as nossas debilidades,

aceitar a nossa ignorância e ter fé nas nossas crenças.

 

Desta forma poderemos cortar com este comportamento, que nos separa da nossa essência unificadora. Sendo frontais e honestos, sobretudo connosco mesmos, caminhamos a vida por trilhos parciais, onde a verdade abunda e o crescimento floresce. É-nos desta forma possível, reconhecer as nossas competências e imcompetências. Torna-se simples, ou alcançável, o amadurecimento humano. Alcançar o horizonte deixa de ser utópico, pois no caminho certo, sendo este longo ou curto, há sempre a possibilidade de lá chegar.

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