quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

A importancia da prática Zhan Zhuang (站桩) no cultivo interno

Antes demais, é sempre importante analisar o termo indo directamente à fonte

站桩 ou Zhan (站) Zhuang (桩) é o termo usado para a pratica de posturas estáticas

站 - Significa ficar de pé, parar. É composto por dois caracteres
         立- Li que significa entao ficar de pé ou "deixar ficar em pé" (termo especialmente interessante neste tipo de práticas
         占 - Zhan. Percebemos aqui que o segundo caracter tem especial influencia na fonética. Contudo significa, ocupar, adivinhar, tomar posse...

桩- Zhuang significa, item, negócio, acumular. este é também composto por mais dois caracteres;
        木 - Mu madeira, árvore, também associado ao crescimento, transformaçao
        庄 - Zhuang que significa vila, quinta. Está especialmente associado à fonética

Enquanto no primeiro caractér há o sentido obvio de postura estática (caractér Li), havendo contudo uma nuance de movimento imaterial (Zhan - comportamento psíquico activo de tomar posse, adivinhar, ocupar…); o segundo caracter importa a noção de transformaçao

A importância da prática estática no Qi Gong e Taiji

Para quem já pratica Qi gong e Taiji há algum tempo certamente que já ouviu falar da postura da árvore, da postura Wuji, etc... Existem muitas práticas estáticas, algumas são mais conhecidas que outras.
Quando praticamos seriamente adquirimos um método de prática. Esse método consiste, normalmente, num estilo de Qi gong/Taiji. No caso da prática de Qi gong um estilo é normalmente um conjunto de exercícios que se completam e permitem a pessoa evoluir de forma estruturada naquele estílo. Na prática de Taiji o estilo é o Yang, Chen, Wu, Hao… sendo que cada um possui variantes… Na prática de Taiji normalmente fazemos uso da prática de Qi gong para completar o treino pois a prática da forma necessita, regra geral, ser enriquecida por outras práticas.

Dito isto, a postura estática é uma prática comumente vista quer no Qi gong como no Taiji. Alguns estilos de Qi gong nao apresentam posturas estáticas como alguns praticantes de Taiji nao treinam a postura estática regular. Contudo os estilos/práticas que apresentam estas posturas são mais ricos e dao frutos a médio longo prazo

é necessário ter atenção e praticar um estilo de forma integral e nao um somatório de exercícios "pescados" aqui e ali só porque gostamos deles. As consequências podem ser nefastas com uma certeza, o que praticamos nao terá um alcance particular

O propósito da prática estática
Quando praticamos as posturas estáticas temos um propósito específico, cultivar a energia. De forma geral este treino aumenta a energia disponível no corpo, embora cada postura estática apresente variantes no que diz respeito aos objectivos que apresentam.
Praticada de forma regular, estas posturas permitem encher o campo do cinábrio (Xia Dan tian) o que altera desde logo o nosso estado de saúde. Para quem pratica de forma verdadeiramente interna, é essencial adoptar este tipo de prática.

Em jeito de conclusão, enquanto que as posturas dinâmicas do Qi Gong e a forma do Taiji, poe a energia disponível em circulação, a postura estática aumenta-a no nosso corpo

Portanto quanto mais energia tivermos, mais circula.

Quanto mais energia a circular, mais os nossos órgãos são nutridos, logo melhor funcionará o nosso corpo, mais saúde. 

Com as práticas apropriadas, será, depois, possível sublimar essa energia para aumentar o estado de consciência, alquimia interna

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Sobre as energias

Boas e más energias...
Positivistas e negativistas...

Haverá realmente uma "boa energia ou má"?

Serão opostos os positivistas e os negativistas ou serão iguais, ambos iludidos com uma perspectiva da realidade...

Aquele que busca a verdade presta atenção à dualidade e não se deprime com o mau nem se excita com o bom pois ambos coabitam permanentemente...
Isto porque a verdade não é dual, não é passivel de ser fragmentada nem divisível. A verdade não é subjectiva nem temporal

A razão pela qual escrevo esta reflexão é simplesmente pelo que vou ouvindo ao longo destes anos.

Por viver mergulhado nas artes chinesas, as pessoas tendem a falar de determinadas coisas comigo. 

Entre muitos temas, o da "energia"... Ah aquela pessoa tem má energia, aquele sitio tem boa energia. Vou meditar àquela hora porque a energia é boa, ou não como aquele alimento porque a energia é má...

Esta mentalidade ou forma de ver a realidade sempre me intrigou. Não sou ninguem para considerar o que quer que seja, mas tomo a liberdade de reflectir nos assuntos que me são dirigidos. 

Vamos fazer um exercício...

Se há alguem da nossa familia que tem "má energia" e que por isso nos é nefasta, o que vamos fazer? Vamos-nos afastar dessa pessoa para nos preservar, ignorando o que possa vir a acontecer com ela ou, vamos tentar participar na sua transformação para que ela passe a ter uma "boa energia"?

Outro exemplo

Há dias uma vizinha perguntou-me o que eh achava de determinado local para meditar pois ela achava que o local tinha muito boa energia. Queria saber o que eu sentia... Anui pois ela queria apenas uma confirmação do que já tinha pré-determinado, aliviando um tema que seria dificilmente esclarecido. Isto porque o local, no meio da natureza (calmo, com claridade, de de uma beleza natural inestimavel) era na realidade um bom local, mas para a minha pessoa não o ideal para a meditação por ser uma clareira num caminho de passagem. Má energia? Para mim nada disso! Apenas um obstáculo para a minha propria busca da tranquilidade.

O que para a minha vizinha era bom, para mim não era de todo o ideal.

Após anos de ouvir opiniões das pessoas em "dialeto energético" tenho vindo a entender que mais se trata de uma projecção dos preconceitos e crenças de cada um, do que da efectiva qualidade energética daquilo.que classificam

Se nos debruçarmos nos textos filosóficos, alquímicos e sagrados veremos que em última análise procuramos sempre o equilibrio entre uma qualidade e a outra para que estas se tornem indistintas e formem uma unidade ultrapassando assim o mundo dual. Nunca é negligenciada uma polaridade em deterimento da outra, nunca é considerado que devemos evitar, ostracisar, negligenciar, a polaridade que nos gera desconforto ou aversão. Pelo contrário! O que nos gera desconforto mostra algo sobre nós mesmos, algo que não esta em equilíbrio e que sobressai quando confrontados em certas situações.

Então aquele que busca a verdade ou realização, vai unir e não separar. Por isso é dito "dar a outra face" é dado o exemplo dos sábios a viver no mundo ordinário. 

Aquele que separa nunca poderá encontrar a verdade pois esta aglomera as diferentes qualidades existentes.

Cada um de nós percorre o seu proprio caminho, cheio de buracos, desvios e outros obstáculos. Cabe a cada um de nós ter a capacidade de manter o foco no nosso destino, e caminhar de forma humilde mas determinada

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Dui La 对拉

Há uns tempos tornei-me familiar com este termo. Foi numa formação com o Sifu Adam Mizner em que nos foi pedido para aplicar o princípio de Dui la num exercício.

Na prática de Tai ji, entre muitas coisas, procuramos desenvolver o nosso corpo para que este abandone toda a tensão e para que as articulações possam ganhar toda a sua amplitude. O objectivo é livrar o corpo de qualquer bloqueio para que a energia possa circular verdadeiramente por todo o corpo.

Uma das zonas que é importante trabalhar é a coluna, a coluna faz a ligação entre a parte inferior e superior do corpo, a ligação entre os Dantian's. É então fundamental tornar a coluna uma estrutura viva e para isso é importante "regenera-la"

DUI LA

Dui 对 - Par, estar face a, oposição, responder, corrigir. 
Dui transmite a ideia da existência do número dois, de alo feito em par e de oposição

La 拉 - Arrastar, desenhar, puxar, tocar (um instrumento), segurar...
La implica movimento

O termo Dui la é usado na pratica de Taiji para transmitir a ideia de separar os tecidos. No caso da coluna, alonga-la, abrir toda a coluna (afastando o crâneo do sacro, promovendo a separação entre todas as vértebras). 

É um termo que vim a entender como muito importante no processo alquímico e é um dos exemplos em como o trabalho físico tem uma aplicação energética tão determinante. Por mais que julguemos estar evoluídos do ponto de vista energético se o corpo estiver bloqueado essa energia não circula e poderá mesmo provocar problemas sérios. 
É portanto fundamental que o trabalho dito energético seja acompanhado pela transformação física.

Este é um príncipio que podemos e devemos aplicar a todo o corpo e quando as fáscias estiverem todas libertas toda a energia circulará livremente pelo corpo

Boas práticas!!!






quarta-feira, 30 de outubro de 2019

O Dao e a minha caminhada alquímica - Post 06 - Aproveitem a viagem


“aproveitem a viagem” – Sifu Adam Mizner


No início da minha caminhada consciente, comecei pelo estudo de textos daoistas, contemporâneos e clássicos. Ainda antes disso havia sido iniciado na prática do Qi gong por mestre chinês transportava todo o seu entendimento através da sua linhagem.

Este foi o meu início. O que me levou a decidir começar esta longa caminhada foi a minha mente obstinada. Racionalmente entendi parte da profundidade de toda esta forma de vida e decidi por isso tentar absorve-la.

Vim contudo a entender mais tarde que sem entrega nunca conseguiremos alcançar o que pretendemos. Pois para que o corpo sofra as alterações necessárias para nos transcendermos é fundamental que estejamos de corpo e alma e não apenas com uma parte…


Esta frase simples e aparentemente superficial “aproveitem a viagem” refere-se a isso mesmo. Mais do que o treino ser uma tarefa/obrigação para podermos chegar a algum lado, o treino deve ser o nosso objectivo! Devemos estar apenas focados no treino e não nas suas consequências (o que pretendemos). O treino deve ser uma fonte de alegria e satisfação e não o picar o ponto para mais tarde retirar os louros. E é na realidade com esta postura que as consequências do treino (o nosso objectivo) se tornam mais possíveis de acontecer, pois estamos de “corpo e alma”


Partilho o que sucedeu comigo há dias…

Após um fim-de semana difícil em que fui privado de um bom sono e também estive sujeito a níveis de stress acima do normal, senti-me mal…

No domingo senti-me literalmente mal… Não chegou a ter um impacto físico importante pois identifiquei o que estava a suceder a tempo, mas posso dizer o meu coração não estava muito bem…


Ao sentir-me assim recorri ao meu melhor remédio, o Nei gong. Saí e fui para o jardim, era já noite quando isto aconteceu.

Cheguei mesmo a sentir um misto entre dormência e pequenos choques entre o peito e ombro. Estava nervoso por dentro e já um pouco fatigado devido à agressão que induzi a mim mesmo após me exaltar…


Comecei então a minha prática habitual começando com Ji ben gong, exercícios de aquecimento e abertura do corpo. Depois fiz Zhang zhuan para tentar recuperar um pouco toda a energia perdida tendo depois praticado alguns exercícios de Song gong bem como para reforçar o Dan tian.

1 hora depois tinha o corpo seguro. A tensão desapareceu, a energia voltou a circular no corpo tendo atingido os níveis mínimos para que me pudesse sentir bem. Sentia-me contudo cansado, mas calmo.


Pude verificar o que os clássicos dizem sobre as emoções e a importância de as dominarmos, sob o perigo destas poderem ser destrutivas.


A nossa prática deve tornar-se parte integrante de nós. 
Um prazer, uma rotina, um tratamento…

Devemos ser disciplinados? Sim! Mas é importante também que no meio da rotina e disciplina haja espaço para o bem estar, pois se isso existir o corpo reage rapidamente e as transformações são efectivas!

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

O Dao e a minha caminhada alquímica - Post 05 O caminho


Sem dúvida que o maior desafio de todos, quando decidimos enveredar pelo caminho da transcendência, é a disciplina. Ser capaz de continuar o trabalho de forma regular e consistente, motivado e focado sem nos deixarmos desviar do nosso objectivo.

Num mundo em constante mudança e em que somos constantemente estimulados a seguir diferentes direcções é nos exigido um grande trabalho para que consiguemos permanecer com o nosso plano sem o mínimo desvio de atenção



No clássico alquímico Escrituras preciosas dos 9 realizados é dito o seguinte:


…”a alquimia não funciona se fores inconsistente. Se a praticares quando estiveres bem disposto, mas depois distraído pelos acontecimentos e negligente quando a disposição desvanece, então o teu espírito é influenciado e a tua energia desaparece quando não estás a praticar, como alguém que não tem prática alguma. Mesmo que voltes a ter disposição para voltar à prática, será como fiar com demasiados fios em falta, não terá qualquer eficácia.


Gostamos de pensar que devemos seguir a nossa motivação e não nos devemos forçar, relativamente à mente. Este excerto mostra o quão erradas estão as pessoas que pensam assim. O processo alquímico é um processo de construção ou reconstrução. Não pode ser parado a metade, não deve ter pausas nem distrações. Aquele que envereda o caminho deve saber de antemão, o quão difícil é e a tamanha exigência que lhe será pedida.


”… neste processo, a não ser que te foques no desenvolvimento da tua força de vontade, é altamente provável que desistas algures no caminho. Então deves ter uma determinação inquebrável, pensamento persistente, uma energia; primeiro liberta-te de ti mesmo…”


Esta é, a meu ver uma grande ilusão vivida por todos os que praticam, como eu, a via alquímica, mas existem outras…


“…primeiro liberta-te de ti mesmo…”


Esta ideia é de tão profunda e complexa que nos obriga a fazer uma enorme reflexão.


O que será libertar-me de mim mesmo?


Deixo que essa reflexão seja feita por cada um de vós…


segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Os 6 níveis de Song

O desenvolvimento de Song é critico mas a mestria do Tai ji chuan. Existem 6 níveis para a mestria de Song.

  1. Song Kai (松開) - Song de "abertura" - Abertura das articulações e relaxamento dos músculos para que o Qi possa começar a mover-se.
  2. Song Chen (松沉) - Song do "enraizamento" - Relaxamento de todo o corpo mas especialmente da região da virilha (Kua) para que o Qi possa "enraizar" no Dan Tian e depois relaxar as pernas para que o Qi possa enraizar para os pés.
  3. Song San (松散) - Song de "dispersão" - Chegados a este nível significa que já é possível dispersar o Qi para os membros... o Qi nunca chegará aos dedos enquanto este nível tiver sido atingido.
  4. Song Jing(松淨 ) - Song "limpo" (também conhecido como Fang Song - Completamente relaxado ou Song puro)... Este nível é atingido quando a mente está de tal forma tranquila que podemos voltar ao estado da mente de um bébé, livre de preocupação. Este estado é necessário para Shen Ming ou o estado do espírito tranquilo e sem receio que possamos morrer.
  5. Song Tong(松通) - Song "comunicante" - A este nível podemos permanecer em estado de Song quando lidamos com a força dos nossos oponentes e lidarmos com eles sem que possamos desenvolver qualquer tensão muscular. No final, o mais suave do suave é o mais duro do duro… O oponente nunca irá encontrar tensão na nossa "suavidade" quando chegarmos a este nível de Song.
  6. Song Kong (松空)- Song "vazio" - Este é o estado mais elevado de Song e é a base para a frase "Eu sozinho conheço o oponente e ele não me conhece a mim". Neste estado, conseguimos desligar a capacidade do oponente nos "escutar" (Ting) e atacar livremente.

Os 3 primeiros são treinos para Song, o 4º é o estágio final para o Song "estático". Os últimos 2 são os níveis avançados do Song "dinâmico ou Song de "combate"



Texto retirado e traduzido de Openmindspace.org/



Esta é uma forma discriminada  e analítica sobre o estudo de Song. Não deve, no meu entender, ser levada à letra. Contudo revela a importância deste tipo de treino que se encontra especialmente presente nas técnicas d Zhan Zhuang (posturas estáticas)



Ver mais em Song


terça-feira, 16 de julho de 2019

O Dao e a minha caminhada alquímica - Post 04 O sofrimento

O meu primeiro contacto com a prática interna foi em 2002 quando comecei a estudar chinesa. Na altura tive dois professores marcantes. Enquanto que um me ensinou as bases da medicina chinesa transportando no processo toda a riqueza filosófica desta ciência, o outro me aprofundou o trabalho alquímico através do Qi Gong. 

Na altura era tudo muito estranho/mágico para mim e pouco pude beber de tanto conhecimento que me foi passado. 

Começo o post desta forma por uma razão. As pessoas com as quais tenho contactado têm a noção que a prática interna promove uma melhoria gradual e evidente em quem o pratica. Eu quero dizer não! Não é bem assim…

Sim a prática interna tem o propósito de nos elevar, transformar na direcção do Homem superior ou verdadeiro 真人 (Zhen Ren). 

Mas embora esse seja o propósito isso não quer dizer que o caminho será cada vez melhor e mais florido. Na realidade a caminhada está recheada de desafios. 


Quero falar disto porque são muitas as pessoas que desistem ao primeiro obstáculo. São muitas as pessoas que duvidam e que põem em causa o método pois acham que se possuem uma prática interna ele deve servir para se sentir melhor e nunca pior. Pois, mas não!

A prática interna não serve os interesses do ego. É um método que nos eleva, dispersando as impurezas e criando condições para que o corpo se transforme

Na realidade todo o praticante que se entrega e que é sincero, vai sofrer. E o processo de sofrimento ocorre pela resistência que nós próprios oferecemos no acto de nos libertarmos de algo. Este sofrimento vai desde situações físicas como emocionais e mentais. 
É muito comum e por isso muito provável que aconteça em certa medida a todos os praticantes. 

Mas então sofrer é sinal de pratica interna? Não!

Obviamente que esta não pode ser uma forma de validar a nossa prática, até porque é muito possível que se ela for errada nos provoque sofrimento mas destrutivo…

O que nos deve guiar é o método. É fundamental ter um método bem definido e um mestre a quem possamos recorrer. 

Mas é muito importante estar preparado para o sofrimento pois este estará certamente presente na caminhada de cada um.

Nos meus anos de prática têm-me surgido diversas coisas, algumas muito complexas e que me levaram a duvidar da minha prática, mas a persistência e o tempo foram-me provando que eram apenas consequências da transformação do corpo. 
Hoje, olhando para trás e para o que aí virá, vejo como inevitável o sofrimento. Na realidade quando nos queremos "libertar" temos de entender que isso exige um esforço, esse esforço traduz-se sob a forma de sofrimento. Mas quando a libertação ocorre o estado alcançado justifica todo o esforço.

O caminho não é fácil, mas sem dificuldade o objectivo é inalcançável