segunda-feira, 21 de março de 2022

O Dao e a minha caminhada alquímica Post10 - As flores que brotam no caminho

 A prática interna é, em grande parte invisível e para muitos, completamente imperceptível. Essa é só mais um dos desafios desta caminhada solitária, a incapacidade do outro em nos compreender, pois acha que nada estamos a fazer embora observe todos os esforços nessa tentativa. A verdade é que o caminho interno é um caminho extremamente produtivo e transformador. Essa transformação é objectiva, pois cada um de nós, que se desafia nessa caminhada, sente em si o poder dessa transformação. 

"Um grão de areia é um grão de areia, existe. Nem por isso chama a atenção de alguém"

Nas transformações que vão acontecendo ao longo da nossa vida, algumas são perceptíveis aos olhos dos olhos, mas a maioria é apenas percebida por nós. É também por isso que, aos olhos externos, podemos desenvolver um certo fundamentalismo, pois as pessoas não conseguem entender racionalmente o porquê de estarmos vinculados a determinados princípios, práticas aos quais não atribuem especial valor

Hoje queria partilhar algumas das diversas flores que vão surgindo nesta longa caminhada que também decidi fazer.

Há já uns anos que fui despertando em mim uma certa sensibilidade interna, consciência maior do que se passa "cá dentro". Ainda sem conhecer bem esses mistérios, por vezes é me possível ajudar o corpo nas suas tarefas diárias e por vezes extenuantes.

Há uns dias fiquei com uma dor no joelho direito. Era uma dor interna e medial que me incomodava ao andar e em qualquer movimento que a perna fizesse. Tive um dia cansativo e quando me fui deitar a dor continuou presente...

Foi então aí que decidi colaborar com o meu corpo. Experiências anteriores motivam-me, nestas situações, a procurar um estado de relaxamento físico em que o corpo parece quase desapegar-se do corpo energético. Uma vez chegado a este estado, coloco a minha atenção na região que me incomoda.

Desta vez, para minha surpresa, não senti qualquer alteração imediata o que me fez pensar que nada conseguiria fazer...

Acabei por adormecer neste estado.

Na manhã seguinte, quando acordei a dor não estava lá! Voltei a senti-la mais tarde, já de pé mas com uma intensidade completamente diferente, e como já em modo "cicatrização".


Para alguns que possam ler este artigo, isto pode ser coincidência, fruto da minha cabeça, ou outra coisa qualquer. Mas para mim, que já tive outras situações semelhantes, trata-se de uma flôr atribuida por anos e anos de árduo trabalho que me permitiram aprender a colaborar com o corpo e a tirar melhor proveito dele. Estas pequenas flores que vamos colhendo aqui e ali, dizem-nos objectivamente que devemos continuar o caminho, que é por aqui. 

Fica aqui a partilha de um momento simples mas que às vezes nos leva a ter mais certezas ;)

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