quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A integração com a Natureza provém apenas no silêncio, na quietude do espírito

A integração com a Natureza provém apenas no silêncio, na quietude do espírito.

A Natureza existe, é uma realidade.
A interdependência permanece, haja ou não consciência disso. Os ciclos ocorrem sem cessar, beneficiando ou prejudicando o ser que segue o curso de um rio sem saber nadar...

No entanto, para quele que escuta, que vê e para aquele que sente, esses ciclos não são bons ou maus uma vez que que ele se adapta às mudanças, permanecendo equilibrado com  o meio que o envolve.

O ser que se submerge em pensamentos e preocupações afoga-se. Não consegue prestar atenção ao que o rodeia, não vê a rocha que rompe o rio e à qual se pode agarrar. Os pensamentos ofuscam a visão, a preocupação dispersa a atenção.

Quando o ser se perde nos pensamentos e preocupações, fica preso a um mundo imaginário que não possui respostas aos desafios propostos pela realidade que este enfrenta. O que sai de si (o externo) é-lhe estranho e apenas perceptível quando um espinho se cruza no seu caminho ele se apercebe que há algo mais que o afecta., no entanto não sabe o que é...

A àgua leva-o, ele não sabe para onde nem como chegará, seja onde for. Está tão preocupado pelo facto de estar a ser levado pela corrente do rio, que nem sequer vê a saída de fronte dos seus olhos.

O Homem sereno cala a mente e sossega o espírito, ouve o vento e o canto dos pássaros. Sente a brisa e observa as variações de luz ao longo do dia. O Homem sereno trava o tempo despertando a sua atenção, observa sem reflectir (intui). Aqui ele sente apenas os efeitos que o exterior lhe proporciona, tomando consciência no fogo que se dissipa e na àgua que se move a sul.

O seu corpo respira a vitalidade natural e dá à terra o fermento que esta necessita para gerar vida. Ele participa, de forma íntegra, ele é Natureza.

O silêncio alcançou a integridade, a quietude levou-o à luz

"A integração na Natureza provém no silêncio da atenção, na quietude do espírito"

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Respiração abdominal

A respiração abdominal é uma das práticas mais importantes no Daoismo.

A respiração é fundamental para a vida, pois é ela que garante a vida, através da oxigenação mas também da desintoxicação do organismo. O Pulmão capta o Oxigénio e a humidade do ar e elimina Dióxido de carbono e humidade, juntamente com outras substâncias toxicas do organismo.

Melhorar o rendimento respiratório, potencia todas estas funções do Pulmão.

Mas do ponto de vista Daoista, a respiração faz muito mais...

A respiração regula também a circulação de Qi no organismo. Controla os níveis de energia nos meridianos e a forma como esta se move.

Na Medicina tradicional Chinesa diz-se "o Qi move-se a mão travessa por cada movimento respiratório". Quer isto dizer que cada movimento respiratório impulsiona o Qi. É dito também que a inspiração faz afundar o Qi, e a expiração traz o Qi à superfície.

Com isto ficamos a saber:
  • Inspiração e expiração promovem a circulação de Qi
  • Inspiração traz o Qi para dentro
  • Expiração leva o Qi para fora
  • Inspiração e expiração em equilíbrio promovem uma circulação continua
  • Inspiração e expiração em ritmos diferentes promovem uma circulação em ritmos diferentes
Por isso uma das práticas mais elementares é a de regular a inspiração e expiração para que a circulação de Qi seja equilibrada, embora existam diferentes métodos com propósitos específicos.

Mas a respiração é muito mais do que isso!!!

Na Medicina Tradicional Chinesa diz também que "a mente conduz o Qi". Por outras palavras a concentração permite conduzir o Qi para locais pretendidos.
Por exemplo, quando temos uma dor muito forte, é natural que a nossa atenção (concentração) esteja no local da dor. É um mecanismo natural de autocura do organismo pois conduzindo o Qi para esse local a recuperação é mais rápida. Mas nem sempre a nossa mente nos ajuda, por vezes é a atenção permanente numa região do corpo ou numa preocupação que nos mantém desequilibrados (exemplo: quando estamos demasiado receosos, o receio não desaparece por si só, às vezes agrava-se).

Por isso, no Daoismo a respiração é consciente. A respiração é feita com a atenção da mente, para conduzir o Qi de forma propositada para as regiões que mais pretendemos.

No baixo ventre (Dan Tian), encontra-se a grande bateria bioelétrica do corpo. A região que armazena a energia Yuan-Jing (energia proveniente do céu anterior). É por essa razão que a prática respiratória mais comum é precisamente a respiração abdominal. Se por um lado conseguimos ter um maior aproveitamento do Pulmão com esta respiração, por outro estamos a estimular o Dan Tian, mobilizando esta energia fundamental para todo o corpo. Existem muitas outras razões para a prática desta respiração que não irei abordar nesta publicação.

Quando pomos a mente a trabalhar em conjunto com a respiração abdominal, ativamos esta energia e mobilizamo-la por todo o corpo a um ritmo controlado através do ritmo respiratório.

 
O corpo começa a receber maior quantidade de Yuan Qi e Jing Qi, o que tem como consequência um aumento da capacidade regeneradora do organismo, mas sobretudo um maior equilíbrio energético nos três diferentes níveis, Shen (energia espiritual), Qi (energia propriamente dita) e Jing (energia sexual). Progressivamente o praticante harmoniza estas três energias.
Os resultados práticos desta harmonização tendem a ser os seguintes:
  • Aumento da resistência física
  • Diminuição da ansiedade
  • Aumento da resistência ao stress
  • Melhoria do sono
  • Regulação do sistema cardiovascular e do aparelho digestivo
  • Aumento dos níveis de concentração
  • Melhor rendimento intelectual
  • Aumento da criatividade
  • Maior sensação de bem estar
  • Maior felicidade

A respiração abdominal é por isso essencial nas práticas Daoistas e embora o seja, é muitas das vezes ignorada. Deve portanto ser alvo de estudo intensivo, por ser uma técnica que produz efeitos importantes e contínuos no decorrer da nossa vida.

Sem uma respiração apropriada nunca conseguiremos atingir um estado de autodesenvolvimento muito elevado, por não conseguirmos mobilizar e equilibrar as energias vitais do nosso organismo.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

O instante...

No Daoismo, uma das práticas diárias é viver o presente, o momento, o instante!

Este é já um desafio enorme, ainda mais no mundo em que vivemos. 

É importante permanecermos focados no presente por diversas razões, algumas mais fáceis de encontrar que outras...

Quando nos focamos no presente, estamos concentrados, centrados e por isso, atentos ao que se está a passar. Com isso tiramos um melhor aproveitamento da experiência que estamos a viver.

Ao fazê-lo a nossa mente não vagueia em pensamentos disformes, preocupações malignas ou deveres futuros. Nesse momento a mente está ocupada com a realidade, o instante.

Ao estarmos focados, a nossa mente não é assolada pelas nossas memórias e experiências qe formulam conceitos e preconceitos, que tendem a influenciar o nosso comportamento. Desta forma a experiência que vivemos torna-se, verdadeiramente única e irrepetível.

Se fizermos uma análise mais interna e energética, viver o presente provoca a concentração da energia do corpo, invertendo o seu sentido centrífugo para um sentido centrípeto. Desta forma a energia não se perde, mantém-se e armazena-se. Este acontecimento, provoca no nosso corpo muitas alterações sensoriais, mentais e espirituais. A concentração continua da energia, enche os reservatórios de energia, acabando por derramar para os. Seus canais, órgãos e tecidos. Com iso desenvolve-se a saúde e, muito importante, a consciência.

Viver o presente implica por isso, entender o conceito de realidade e ilusão segundo o Daoismo, é importante relativisar a importância apresentada pelos nossos sentidos e de acordar outras formas de percepção existentes no nosso corpo. 

Os nossos sentidos projectam a energia para fora, pois através deles, a nossa tenção coloca-se fora do nosso corpo. Aí começa a ilusão, quando passamos a vivênciar no exterior ao invés de nos explorarmos a nós mesmos. Deixamos de nos sentir, de nos compreender e de nos conhecer. 

Creio que no ocidente a maioria vive fora de casa, do seu corpo. Temos uma vida cheia de preocupações ( externas) e vivemos ansiosos em querer resolver as situações ( muitas delas inexistentes, futuras). É imperial revertermos o processo.

Mas como?

Como será possível, no mundo contemporâneo, viver unicamente o presente, sem ter em conta a pressão do trabalho, as obrigações financeiras e o bem-estar familiar?

Creio que no íntimo de cada um de nós, reside a resposta. Mas para isso precisamos percorrer o caminho centrípeto, de nos concentrarmos e procurarmos, até que todas as dúvidas se esclareçam.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Zhang daoling

Zhang daoling media mais de 2 metros, a sua testa era larga, as sobrancelhas grandes e o seu nariz era parecido com um bico de falcão. Na planta do seu pé direito tinha sete pontos pretos dispostos como a ursa maior. Os seus braços eram fortes e compridos, indo até aos joelhos. A sua passada era forte como a de um tigre e rápida como a de um dragão.

Momentos antes de Zhang daoling ter sido concebido, a sua mãe sonhou ter visto um gigante descer da estrela do norte. O Deus da estrela do norte veio até ela entregando-lhe uma flôr. Quando ela acordou, o quarto tinha uma forte fragrância no ar e ela percebeu então que estava grávida. Esta fragrância durou todo o tempo de gravidez, que durou 10 meses.
Um dia, Zhang daoling nasceu; nesse dia a casa ficou coberta por uma nuvem amarela, e o quarto da sua mãe, invadido por uma névoa púrpura. Quando Zhang daoling saiu do ventre da sua mãe, uma luz forte e brilhante como o sol e a lua, irradiou todo o quarto.

Zhang daoling era excepcionalmente inteligente. Aos 7 anos entendeu o Dao de jing, de Lao zi. Aos 12 anos antiguidades a mestria do Yi jing e dos clássicos da adivinhação. Ainda jovem,Zhang daoling serviu a comunidade como administrador da província, continuando sempre a estudar as artes do Dao.
Um dia, enquanto meditava na ermida, um tigre branco aproximou-se dele. O tigre trazia na sua boca um pergaminho com escrituras sagradas. Nesse momento, Zhang daoling entendeu que devia de abdicar dos seus cargos políticos e seguir apenas o Dao.
Recusou o cargo de administrador civil para se tornar um ermita a viver nas montanhas. Quando o Imperador ouviu falar da recusa de Zhang daoling, ofereceu-lhe o título de professor celestial  e implorou-lhe que voltasse a assumir cargos governativos. O Imperador convidou-o 3 vezes, tendo tido sempre um não como resposta.

Quando Zhang daoling percebeu que não o iam deixar em paz, decidiu partir para a região montanhosa de Sichuan. Nas montanhas, onde os cursos de água eram profundos e as cascatas caiam de precipícios, Zhang daoling encontrou uma caverna onde meditar para aprender as artes da imortalidade e atingir o Dao.
Zhang daoling ficou na caverna durante vários anos até que um dia ele ouviu o choro de uma garça branca. Nesse momento ele soube que não faltava muito para atingir a imortalidade. Um ano mais tarde, enquanto activava o fogo no caldeirão, para incubar o elixir do tigre e do dragão, uma seta de luz vermelha iluminou a caverna. Um ano passou, quando um tigre branco e um dragão verde entraram na caverna para proteger o elixir.
Finalmente, três anos após Zhang daoling ter ouvido o choro da garça branca, ele completou o elixir e atingiu a imortalidade.

Zhang daoling saiu da sua caverna e viajou pelo rios, vales e montanhas de Sichuan. Numa das suas jornadas encontrou-se com Lao zi, que o ensinou como voar até às estrelas e penetrar no interior da terra. Quando Lao zi partiu, entregou ao sei pupilo um pergaminho de talismãs com capacidade para curar os doentes, e uma espada que conseguia afastar os espíritos malévolos.

À medida que o tempo passava, A experiência de Zhang daoling nas artes mágicas amadureceram. Rapidamente conseguiu tornar-se invisível ou mudar a sua aparência, transformando-se no que quisesse. Ele conseguia ver e ouvir a grandes distâncias e tinha o poder de chamar a chuva e a neve. Conseguia curar os doentes e afastar os espíritos malévolos. A sua fama rapidamente se espalhou, e as pessoas passaram a chamá-lo de professor celestial, pois pensavam que era um imortal do reino celeste.
Quando os 6 senhores do mal souberam que Zhang daoling se preparava para os combater, eles convocaram um grande exército de fantasmas, vampiros, zombies e outras criaturas malévolas. Entretanto, o imortal também se preparava. Ele escolheu um monte verdejante nos arredores da cidade de Chengdu e construiu uma torre com um altar no centro. No altar, Zhang daoling colocou objectos de poder, como espelhos mágicos, sinos e talismãs.
À hora Zu (23 horas), Zhang daoling subiu à torre e invocou o vento, a chuva, e o trovão para derrotar o grande exército de espíritos malévolos. Desenhou também talismãs poderosos e convocou entidades celestiais para combater as forças do mal. 
Os senhores do mal enviaram lanças em fogo e setas na direcção do imortal, mas nenhuma nada lhe parecia atingir, ele acenou com a sua espada mágica e tudo ficou transformado em flores de lótus.
Os senhores do mal enviaram, então, fantasmas famintos para derrotar Zhang daoling, mas quando estes chegaram ao altar, o imortal desenhou um talismã e logo, todos os fantasmas se puseram de joelhos pedindo a sua compaixão. Após esta derrota, os senhores do mal enviaram um exército de vampiros e zombies na direção de Zhang daoling. Quando estes se aproximaram do altar, ele tocou os sinos, e os mortos vivos agarraram-se aos ouvidos e caíram no chão para nunca mais se levantarem.
Vendo o fracasso dos seus servos, os 6 senhores do mal decidiram atacar Zhang daoling, eles mesmos. O imortal pegou na dia espada e desenhou o selo do grande poder. A espada emitiu u feixe de luz quase transformou numa rede que caiu sobre os 6 senhores do mal. Está rede transformou-se numa jaula na qual, os 6 senhores do mal ficaram encarcerados. Quando Zhang daoling se dirigia na sua direcção, os senhores do mal imploraram misericórdia e perdão. Daoling disse-lhes; "vocês trouxeram doença e sofrimento a muita gente, e por isso têm de ser castigados. Mas porque a via celestial é compassiva, não vos irei matar. Vou no entanto. castigar-vos, mantendo-vos fechados nas profundezas da montanha. Desta forma, não voltaram a causar mais sofrimento.
Quando as pessoas viram que os 6 senhores do mal haviam sido capturados, rapidamente vieram ao encontro de Zhang daoling para o agradecer e pediram-lhe que lhes ensinasse as artes mágicas. Como não lhe queria negar o pedido, pediu à população que se organiza-se em grupos para poderem ajudar as pessoas mais necessitadas. Disse também a todos, que a forma mais eficaz de combater o mal, é praticar o bem. Se todos praticarem o bem, o mal nunca conseguirá triunfar.
Para os seus seguidores mais próximos,Zhang daoling transmitiu o poder dos talismãs e disse-lhes para que o usassem sempre para o em e nunca para o mal. 
Um dia ascendeu ao reino celeste e deixou, ao seu filho, a espada mágica e o selo do grande poder, tendo-lhe confiado a tarefa de ensinar todos os seguidores da via do professor celestial.

Zhang daoling - Viveu durante o final do período da dinastia Han (206 a.c - 219 d.c). Ele fundou a escola Daoista conhecida como Tian Shi Dao ( a via do professor celestial) e é reconhecido como o Pai do Daoismo religioso organizado.

sábado, 19 de abril de 2014

Momentos, O Dao não é alcançável, apenas perceptível...

Recentemente tive mais uma prova de que nada é adquirido, de que tudo aquilo que possa sentir e não sentir acontece apenas num instante, num pequeno momento. O presente quando pensado já é passado, quando previsto, não existe.

Como resultado das minhas práticas, várias são as alterações que tenho sentido, algumas transitórias e outras mais constantes mas não cristalizadas. Prova é, que recentemente uma situação me provou isso mesmo. Num  "desaguizado" fora do comum o meu espírito foi perturbado. Não pela pessoa descontrolada que me agredia verbalmente, mas sim pelo meu ego que se mostrou mais forte e que oprimiu o meu coração. Nesse momento a serenidade esfumou-se e claro está, a racionalidade também.

Esta situação fez-me meditar...

Na realidade há uma provação diária, diria mesmo a cada instante. O nosso espírito deve estar concentrado, livre de distrações. Devemos viver o Dao a todo o instante e não de vez em quando. Se isso for feito, nestes momentos saberemos não agir ou, pelo menos não reagir. Pois onde havia uma pessoa exaltada, passou a haver outra...
Se naquele momento estivesse  com a mente focada, essa agitação não se iria expandir e, quem sabe, poderia até mesmo se extinguir dependendo da sabedoria presente naquele instante.

Temos medo da morte mas na verdade morremos todos os dias. Isso é maravilhoso! Uma vez que o nascimento apenas se realiza após a morte.
Quero com isto dizer que todos os dias somos novos seres, diferentes, com novas perspectivas, sensações e pensamentos. Todos os dias nos podemos livrar de mágoas e depressões, angústias e exaltações. Todos os dias podemos ser que sonhamos...

É também por isso que nenhuma mudança é conquistada, apenas vivida!

Aquilo que vivemos hoje, não vivemos amanhã, aquilo que sentimos hoje poderemos não sentir amanhã... Resta-nos trabalhar arduamente o espírito para que este nos proporcione o melhor de todo o nosso potencial.

Hoje penso; concentra, foca e unifica. Esta é a única maneira de me manter no fluxo celeste...

Posição da língua nas práticas daoistas

Nas práticas meditativas, de Qi gong a posição da língua assume um papel importante em função dos objectivos pretendidos. A língua é, para os daoistas, um interruptor, que liga dois importantes meridianos curiosos chamdos usualmente de vaso governador (Du mai) e vaso da concepção (Ren mai). Estes dois meridianos que se situam na região sagital, um posterior (Du mai) e outro anterior (Ren mai), ligam-se através do contacto da língua com o palato superior.

Existem várias posições, segundo as práticas daoistas, que a língua pode assumir e mediante cada uma, há uma circulação energética distinta.

Muitos dos praticantes de Qi gong desconhecem a importância da língua na prática desta arte. É no entanto fundamental para a correcta circulação de Qi. O simples facto de não ter uma posição correcta da língua em determinados exercícios pode levar a enxaquecas, hipertensão e outras patologias. É por isso fundamental conhecer em profundidade a importância da língua nas artes daoistas.

Posição Fogo - É a posição mais comum em que a língua toca o palato superior, na região anterior do mesmo. Esta posição é utilizada na prática da meditação da órbita microcósmica (ou pequena circulação celeste), para promover a ascenção da energia Yang e a descida da energia Yin. Desta forma existe uma mistura destas duas energia, o que permite equilibrar o Yin e o Yang. Esta posição promove o aumento da energia e a activação cerebral.

Posição Água - Nesta posição a língua toca o palato superior na zona anterior (palato mole). Esta posição é utilizada quando se pretende nutrir o mar da medula e o Shen. Esta posição da língua favorece a subida de Yin Qi pelo meridiano Chong mai. Nesta posição a energia Yin e o sangue sobem até ao cérebro, nutrindo também o coração, entre outros orgãos. É uma forma importante de levar o praticante à quietude e à serenidade necessárias na prática do Daoismo.

Posição do Vento - A língua toca nos dentes. Esta posição promove a inversão do sentido da circulação energética, na órbita microcósmica. É utilizado para desacelerar a circulação, aumentando a energia Yin em relação à Yang. Esta posição é utilizada quando é pretendido diminuir o Fogo (agitação, insónia, ansiedade...).

Posição Madeira - Língua no palato superior, região média

Posição de neutra -  A posição neutra é quando a língua não toca o palato superior. Esta posição é utilizada na prática de Wuji. Quando se pratica Wuji, Yin e Yang não são contemplados. Wuji é o estado anterior à existência de Yin e Yang e por isso a língua não assume qualquer posição, assim como a mente e o corpo...

É fundamental que o praticante seja acompanhado por um professor/mestre pois APENAS poderá acompanhar o crescimento do praticante. Toda e qualquer prática alquimica tem um propósito específico e feito de forma incorreta poderá levar a um desequilíbrio interno provocando doença. É importante ter a noção de que a prática alquímica é muito poderosa e por isso poderá ser destrutiva se não for praticada corretamente...

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Taiho, Templo de Fuxi

Também na província de Henan, a cerca de 1h de Luyi, O templo de Taiho, conserva o túmulo de Fuxi, e um templo gigante em sua homenagem.
De uma simetria extraordinária, com a representação de todos os símbolos Taoistas, este templo é magnifico no que toca à sua beleza arquitetónica, aos seus jardins e também à sua grandiosidade.


Com várias dezenas de árvores milenares (visíveis na fotografia), sentimos neste templo que caminhamos na história deste país. Fuxi foi grande pai da civilização "contemporânea" da China.

Fuxi

Foi Fuxi quem que descobriu o Bagua, os 8 (ba) trigramas que dão origem aos hexagramas do Yi jing (livro das mutações). É a partir daqui que se começa a ter um melhor entendimento do macrocósmos, e já com o Yi jing, que se dão grandes pulos ao nível da agricultura.

Túmulo de Fuxi
fotografia onde se observa, em segundo plano, o túmulo de Fuxi